sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Contos da madrugada tardia... Uma espiral prateada...

Olho pela janela... para o fundo da noite... Tento imaginar a distância que nos separa... Tento perceber os teus pensamentos... ler os teus sentimentos... mas estou tão longe... apesar de tu estares tão perto...   A distância entre nós é tão pequena... quase nula... para mim... e... tão grande... quase infinita... para ti...  Procuro atenuar essa distância... através do batimento do meu coração... chamando por ti... clamando por ti... gritando por ti... mas tu não me ouves... não me sentes... nem percebes que eu existo... A noite avança... e, do seu íntimo, emergem sons ocultos... imagens dissimuladas... personagens de mistério... Convocam-se seres imaginários... invocam-se deuses promordiais... celebram-se cerimoniais de outras eras... Assisto a tudo... extasiado... e... sem oferecer resistência... sou convidado a integrar o mágico ritual... Acedo a antigos códigos secretos... Vislumbro o outro lado noite... Atravesso muralhas virtuais... Salto, sem olhar, para abismos sem fim... e encontro-me... frente a frente... contigo... simples... linda... encantadora... Os teus olhos têm um brilho especial... distinto... Sou incapaz de desviar o meu olhar do teu... Estou tão próximo de ti... Toco a tua mão... muito ao de leve... e... um fogo infinito percorre todo o meu ser... Sorris... Uma espiral prateada atravessa o horizonte... e funde-nos num momento inexprimível...  que supera o tempo... excede o espaço... e nos leva mais... e mais... além... Eu... tu... nós... e uma espiral prateada a atravessar o horizonte...
13/1/2013

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