sábado, 30 de março de 2013

Auto do Descimento da Cruz - As minhas desculpas

Se há algo nesta vida que me magoa... que me fere... que me incomoda profundamente... é sentir que desiludi alguém... Sentir que alguém esperava de mim um determinado comportamento... e que tive o oposto... Nestas alturas... que felizmente não são muitas... sinto-me pequenino... abjeto... indigno... como se uma densa camada de matéria em decomposição me envolvesse e por que muito que a lavasse ela não saísse... É assim que me sinto agora... porque vos desiludi... Ontem devia ter fotografado o Auto do Descimento da Cruz, na Igreja Matriz de Sacavém, mas por razões pelas quais sou o único culpado, tal não aconteceu... Como acima referi, se sentir que desiludi alguém me provoca aquele tipo de sentimento... multiplicar o olhar desiludido do senhor Padre Paulo por cada um de vós... é algo que me faz sentir um mal-estar profundo...  e que em mim permanecerá de forma indelével...  Como escrevi num outro espaço e num outro contexto... "as vitórias são efémeras... as derrotas são eternas"... e esta falha corresponde para mim uma estrondosa derrota... Embora esteja consciente de que nada remedeio... não quero deixar de apresentar as minhas desculpas... ao senhor padre Paulo.. a cada um  de vós... e, muito especialmente, ao conjunto de pessoas que levaram a cabo todo o Auto... Foi uma atuação excelente... uma performance realmente notável... desde a recriação de todo o ambiente místico que envolvia a Jerusalém  de então, situada no epicentro de uma convulsão que transformou todo o mundo... até aos diferentes personagens, interpretados, não por figurantes, mas por atores amadores, tal a qualidade que cada um emprestou ao seu papel... O ritmo cadenciado e porte marcial dos legionários romanos... a postura furtiva mas, simultaneamente, dedicada dos amigos de Jesus... a presença feminina... Maria e Maria Madalena... a transmitirem uma envolvência mais profunda... mais sentimental... a todo o quadro... A locução grave e firme... a reproduzir fielmente a importância do momento e... toda a plateia... todos os espetadores que... sem darem por isso... representaram a comunidade de povos que... por essa época... habitavam Jerusálem... e que, temerosos, se mantiveram... silenciosamente... na sombra deste acontecimento  ímpar... Em suma... a representação foi perfeita... Só falhou... o fotógrafo...

quinta-feira, 28 de março de 2013

Procissão dos Ramos 2013 - I

Decorreu, no passado domingo,  na cidade  de Sacavém,  a Procissão dos Ramos. A cerimónia, que contou com a participação de um grande número de sacavenenses,  foi liderada pelo senhor Padre Paulo Kollithanathumalayil. Teve o seu início na Capela da Senhora da Saúde, onde foram benzidos os ramos, e terminou na Igreja Matriz.

A Procissão do Ramos relembra, anualmente, a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém, recebido pela multidão que, entoando loas, espalhava, pelo caminho, ramos de palmeiras e outras árvores, uma forma de saudação e de exaltação triunfal com origens na remota tradição judaica.
A minha abordagem a esta Procissão, do ponto de vista técnico, não foi a mais correta. Poderia alegar que tive um problema  com a objetiva, ou  qualquer anomalia com o equipamento. Poderia... mas não o vou fazer... O erro foi meu... foi um erro nas definições da objetiva... mas um erro humano... Não sei exatamente em que é que estava a pensar para cometer uma falha tão básica mas... não adianta chorar sobre o leite derramado... As minhas desculpas... Por tudo isto a picture story está algo amputada...