sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Contos da madrugada tardia - És tão bonita...

Não sei se olhaste esta noite para o céu... Se o tivesses feito (eu olho sempre para o céu noturno... para saber onde está a lua... cumprimentá-la... dar-lhe uma palavrinha...) poderias ter observado que o quarto-crescente está em meia lua (quase) perfeita... É uma imagem bonita... Por si só não tem nenhum significado especial... creio eu... Ou tem... e a minha limitada capacidade cognitiva não consegue a ele aceder... O significado especial está na própria lua... nas estrelas... no firmamento negro...  grávido de mil hipóteses de manifestação... Creio que a evolução da sociedade, da tecnologia... da própria mentalidade... o progresso por que tanto nos batemos... tudo isso... fez-nos esquecer  a Natureza... as suas diferentes expressões... os seus elementos... e... deixámos de a saber ler... de a saber interpretar... de comungar com ela os grandes segredos do Cosmos... da Criação... de decifrar o Livro da Vida... escrito por Deus, ao longo da linha das estrelas, no primeiro ante momento de tempo... O que ganhámos em conhecimento técnico e científico... perdemos em simplicidade... em ingenuidade... naquela capacidade, quase infantil, de nos espantarmos com o que nos rodeia... e... nesse espanto... estabelecermos um processo de interação ativa com as coisas... as pessoas... o mundo... o universo... Deus... Felizmente ainda me restam uns laivos dessa simplicidade primitiva... que me permitem olhar para ti... e descobrir... a cada momento... a tua beleza despretensiosa... singela... não porque te esforces por ser bela... mas porque o és... Permitem-me descobrir... em cada pedacinho de ti... em cada expressão... em cada olhar... em cada gesto... em cada fala... uma beleza que comunga dos mesmos carateres com que a mão de Deus traçou, em tinta indelével, o conceito de Belo... És tão bonita...

21/12/2012 

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