domingo, 22 de junho de 2014

Sacavém na rota internacional dos cemitérios históricos relevantes

Decorreu, ontem, dia 21 de Junho, nas instalações da Cooperativa "A Sacavenense",  uma sessão cultural subordinada ao tema "Sacavém na rota internacional dos cemitérios históricos relevantes". 

No evento, patrocinado pela Junta de Freguesia de Sacavém, estiveram presentes, entre outros, e para além de um representante da Câmara Municipal de Loures, o presidente da Junta de Freguesia, Sr. Filipe Santos, o presidente da cooperativa que abrigou a sessão, Sr. José Manuel Ribeiro dos Santos, o presidente da ANALOR, Sr. José Mendes e os representantes da LAMSD,  Sr. Luís Miguens e Sr.  Artur Horta.
A apresentação e desenvolvimento do tema esteve a cargo da Drª Ana Paula de Sousa Assunção, cujo aturado trabalho de investigação está na base de um projeto/proposta que visa considerar o cemitério de Sacavém como Património Municipal.  Este projeto assenta na importância do cemitério para o esboço e construção da identidade da cidade e a sua íntima ligação a todo o processo histórico que lhe está associado, nomeadamente a partir do último quartel do século XIX. Da sua estrutura toponímica   aos talhões das coletividades que serviram de força motriz para o desenvolvimento de Sacavém, muitas são as referências que ligam o cemitério à sociedade sacavenense dos últimos 125 anos. Neste âmbito ganha particular realce a Fábrica da Loiça, cuja existência se encontra registada em diferentes domínios, quer nos azulejos presentes nas campas, quer nas assinaturas dos artistas que os produziam, quer ainda nas pequenas fotos que, naqueles  (azulejos) incrustadas, nos oferecem um retrato  da sociedade local e da sua evolução ao longo do tempo. Outros talhões, ligados a diversos movimentos associativos, como o dos sacavenenses tombados na Iª Guerra Mundial, ou o dos Bombeiros Voluntários, são, também, representativos da forma como a cidade exalta e respeita os seus antepassados, numa interação profunda entre os que já lá estão e os que recebendo o seu legado  o procuram, com orgulho, desenvolver, enriquecer, numa palavra... honrar.
Este projeto, referiu a Drª Ana Paula, foi apresentado num Congresso Internacional, realizado na Roménia, e a sua qualidade intrínseca levou a que o cemitério de Sacavém passasse a integrar uma vasta rede de cemitérios relevantes espalhados por esse mundo fora. Segundo a investigadora não restaram dúvidas a ninguém de que, com o seu património a céu aberto este cemitério é um verdadeiro Museu do Sentimento. 
Para concluir não posso deixar de citar as palavras do Sr. José Santos, anfitrião desta sessão, ao referir que ao contrário do que é normalmente considerado, e tendo em atenção  a importância da herança que os que lá estão nos deixaram, "não acaba tudo no cemitério... pelo contrário... É lá que tudo começa... "


































PS: Pelo seu interesse factual este artigo tinha que ser publicado hoje. Por essa razão interrompi a publicação da Peregrinação a Fátima 2014 que será retomada amanhã.

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