segunda-feira, 10 de junho de 2013

Peregrinação a Fátima 2013 - Primeiro dia - IV

O primeiro dia terminou, não com a chegada ao Centro Social da Azambuja... mas umas horas depois... Foi necessário, primeiro, descarregar o carro de apoio e levar os sacos e malas para os quartos/salas que iríamos partilhar... Curiosamente os elevadores estão sempre avariados quando necessitamos de levar as imbambas escada acima... até ao primeiro andar... e continuar por ali acima... até ao segundo... Há que ocupar o espaço onde iremos repousar nas horas seguintes... e... rapidamente descer até aos balneários para um curto, mas retemperador, duche... Só existe um balneário, com seis chuveiros, pelo que têm que tomar banho, simultaneamente, seis senhoras ou seis cavalheiros... Isto significa que não é importante ser o (a) primeiro (a), mas sim o (a) sexto (a)... uma vez que é chegar, ver e vencer, ou melhor... "duchar"... Ser o (a) sétimo (a) é algo desesperante porque implica ter todo o grupo do sexo oposto à sua frente e esperar pacientemente pela vez do seu grupo... que ainda há de chegar... A não ser que se consiga uma "cunha"... Após o duche há que tratar das mazelas, antes ou depois do jantar e, mesmo que se beba um café, fora do Centro, não há muito mais vida social, pois todos mergulhamos num merecido repouso... Bem... quase todos.,, Há os que não conseguem dormir...  E os que ainda estão acordados...

Pessoalmente este primeiro dia  não foi tão duro quanto estava à espera... Tinha consciência de que, à partida, estava com problemas físicos, pelo que a convivência com a dor era inevitável... E assim foi... Coabitámos o mesmo ser... partilhámos segredos e cumplicidades... rimos e sofremos em simultâneo... Neste momento ela (dor) já descansa e eu não posso terminar este dia sem uma palavra de agradecimento a Luís Barrento, que abdicou de algum do seu tempo de descanso para, com a sua apurada técnica, me libertar de uma bolha que, insidiosa, já se preparava para, amanhã, introduzir uma nova variante na dor...
É tarde... Olho em redor... Já todos os Caminhantes dormem um sono solto... Na penumbra ouço o seu respirar profundo, descansado... Dá a sensação que o tempo suspendeu o seu curso ininterrupto... Abre-se como que um espaço etéreo, de finos contornos multicolores, uma espécie de neblina que envolve os Caminhantes, os embala e os suporta um pouco acima do solo... como se flutuassem durante o sono... como se algo... ou Alguém os tivesse a sustentar... a envolver....Como se...

                           Vós que dormis um sono profundo
                  Recuperando forças para a nova jornada
                 Senti de perto a presença no mundo
                 Daquela que pelo Filho é muito, muito amada

                        A todos vós, como um só, em mim recolheria...
                No conforto único do meu regaço sagrado... 
                Se não houvesse um palerma com ar de rufia...
                Que na calada da noite ainda está acordado...

                Quem será o idiota que ainda não adormeceu?
                Olhando em redor...  só posso ser eu...
                Perdoai Senhora minha este servo teu...
                Entrego-me já nos braços de Morfeu...

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