Na quarta-feira, dia 28, a missa noturna, foi celebrada
pelo senhor padre José Manuel Barata Pereira, reitor do Seminário dos Olivais, cuja homilia se centrou em torno da articulação entre a Jerusalém Celeste, ["Vós, porém, aproximaste-vos do monte Sião e da cidade do Deus vivo, a Jerusalém Celeste..." (Hebreus 12:22-23) que tem um ênfase especial no Apocalipse (do qual gosto particularmente de 21:2: "Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, bela como uma esposa que se ataviou para seu esposo...")], e a parábola das dez virgens (Mateus 25:1-13). A Jerusalém Celeste, entendida como o local que todos habitaremos depois do juízo final, simboliza a dimensão sublime, desenhada entre o júbilo e o êxtase, que Deus nos reservou para, com Ele, partilharmos a Felicidade Eterna. No entanto, para a ela acedermos, é necessário que nos tenhamos preparado espiritualmente, como se prepararam, para receber o noivo, algumas das virgens da parábola de Mateus.
Há uma relação metafórica entre aquela preparação e o azeite que algumas das virgens levaram consigo. Da mesma forma que algumas daquelas mulheres iam preparadas com azeite para manterem as suas candeias acesas até à chegada do noivo, também devemos iniciar, tão cedo quanto possível, a preparação para o nosso encontro com Deus. Uma preparação que passa pelo contínuo despojamento dos valores materiais e terrenos, num movimento simultaneamente espiritual (através de uma interação permanente com o divino graças a um contínuo processo de comunicação bilateral), intelectual (articulando de forma cada vez mais fundamentada as verdades da Razão com as verdades da Fé) e sentimental (abrindo o coração à entrada de um fluxo de amor divino, fluxo esse que encontra em Nossa Senhora a via por excelência da sua manifestação em nós).
Este movimento, interior, não é hermético, ou seja, não é fechado na sua própria espiritualidade. Ele supõe uma exteriorização, através de uma prática quotidiana regida pelas leis da ágape de que Paulo nos fala na Primeira Carta aos Coríntios.
É o amor desinteressado, total, posto em cada gesto, em cada fala, em ato. A ágape não é a caridade de irmos levar ao vizinho um prato de sopa... É levarmos-lhe o nosso último prato de sopa e, quiçá, a última peça de fruta... A ágape não é telefornarmos para o familiar idoso e/ou doente a perguntar-lhe se está tudo bem... É, ao final do dia, quando o corpo já vacila, exigirmos de nós mesmos mais um esforço para o ir visitar e dar-lhe uma palavra amiga...
A ágape também é... por amor... renunciar ao amor... sem deixar de amar... A ágape é... o primeiro passo para a Jeusalém Celeste...
PS: Por muito que me esforce não me parece que consiga entrar na Jerusalém Celeste. Quando todo o meu ser sofrer uma metamorfose e me apresentar nas portas da Cidade de Deus, já vejo São Pedro a pegar nas minhas credenciais, franzir o sobrolho, turvar o olhar e soprar numa voz rouca:
- A tua cara não me é estranha... Isso nunca é um bom sinal...
Há uma relação metafórica entre aquela preparação e o azeite que algumas das virgens levaram consigo. Da mesma forma que algumas daquelas mulheres iam preparadas com azeite para manterem as suas candeias acesas até à chegada do noivo, também devemos iniciar, tão cedo quanto possível, a preparação para o nosso encontro com Deus. Uma preparação que passa pelo contínuo despojamento dos valores materiais e terrenos, num movimento simultaneamente espiritual (através de uma interação permanente com o divino graças a um contínuo processo de comunicação bilateral), intelectual (articulando de forma cada vez mais fundamentada as verdades da Razão com as verdades da Fé) e sentimental (abrindo o coração à entrada de um fluxo de amor divino, fluxo esse que encontra em Nossa Senhora a via por excelência da sua manifestação em nós).
Este movimento, interior, não é hermético, ou seja, não é fechado na sua própria espiritualidade. Ele supõe uma exteriorização, através de uma prática quotidiana regida pelas leis da ágape de que Paulo nos fala na Primeira Carta aos Coríntios.
É o amor desinteressado, total, posto em cada gesto, em cada fala, em ato. A ágape não é a caridade de irmos levar ao vizinho um prato de sopa... É levarmos-lhe o nosso último prato de sopa e, quiçá, a última peça de fruta... A ágape não é telefornarmos para o familiar idoso e/ou doente a perguntar-lhe se está tudo bem... É, ao final do dia, quando o corpo já vacila, exigirmos de nós mesmos mais um esforço para o ir visitar e dar-lhe uma palavra amiga...
A ágape também é... por amor... renunciar ao amor... sem deixar de amar... A ágape é... o primeiro passo para a Jeusalém Celeste...
PS: Por muito que me esforce não me parece que consiga entrar na Jerusalém Celeste. Quando todo o meu ser sofrer uma metamorfose e me apresentar nas portas da Cidade de Deus, já vejo São Pedro a pegar nas minhas credenciais, franzir o sobrolho, turvar o olhar e soprar numa voz rouca:
- A tua cara não me é estranha... Isso nunca é um bom sinal...
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