No Domingo, dia 1, decorreu, no espaço anexo ao Santuário, a Missa Campal, presidida por D. Augusto da Silva Mendes, Bispo Auxiliar de Lisboa. A manhã acordou soalheira, entusiástica, risonha... Um zéfiro ligeiro, vindo, naturalmente, de oeste, trauteava alegres notas em dó menor e polvilhava toda a cidade, com imperceptíveis formas luminosas...
Um toque suave de açucenas emanava da terra e despertava pensamentos... estimulava emoções... exaltava sentimentos... Sentimentos vivos, intensos, arrebatados... Sentimentos de hoje... de ontem... de há tanto tempo... Há tanto tempo que o próprio sentimento se já não lembra do tempo em que ainda não era sentimento... Há tanto tempo que uma minúscula gota de água salgada, nascida de uma fonte invisível, percorre uma face triste até tocar o chão onde se perde para todo o sempre... Será apenas recordada pelos sinos que, tocando a rebate, chamavam os crentes ao recinto do Santuário...
Aqui ultimavam-se os preparativos para a cerimónia... Cada um dava o melhor de si mesmo para que cada detalhe estivesse à altura do acontecimento... A preparação do altar... os paramentos... os textos, o som... os trajes... os lugares para os fieis... e a Senhora da Saúde... É sempre particularmente emotivo o momento em que Nossa Senhora sai do Santuário e vai ocupar o seu lugar junto ao altar... Durante o percurso a Virgem acena-nos, a partir da Sua imagem, e um frémito atravessa o coração de cada um, num momento de respeito, fé e devoção...
A Sua presença , em imagem, junto ao altar, confere uma outra solenidade ao espaço... A cerimónia está prestes a começar... Ensaia-se um cântico... afinam-se as vozes... retoca-se o traje... As pessoas procuram o melhor lugar para a ela assistirem... São pessoas de todas as idades... saudáveis...enfermas... crentes... não-crentes... Pessoas com uma inabalável fé em Nossa Senhora da Saúde...
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