A noite de 6ª feira foi reservada para a abertura da quermese, com os seus habituais sorteios e ao desfile em palco de algumas bandas musicais. Em termos de imagem dei a primazia a algumas das pessoas que encontrei a trabalhar (o que não significa que foram as únicas que trabalharam... mas foram aquelas que encontrei...) e que são tantas vezes esquecidas na hora dos aplausos e dos louvores. Gosto das pessoas de trabalho... pessoas simples... que não se importam de sujar as mãos (no trabalho, bem entendido), de as molhar... as queimar... as rasgar... as deformar... em prol do bem comum... Gosto de pessoas simples... de sorriso franco... olhar aberto... trato fácil... Gosto de pessoas simples... fazem-me sempre lembrar como é bela a simplicidade da Natureza... O sol a nascer no horizonte... o chilrear matinal das andorinhas... o cheiro a marzia e a areia molhada... o botão de rosa que resplandece... o pulsar das estrelas no firmamento negro... o lobo que uiva nas escarpas... a peixeira que apregoa na praça... o lavrador a cavar o seu campo... Gosto de pessoas simples... fazem-me lembrar como a própria beleza se quer simples... pura... natural... sem artefatos que a artificializem... Gosto de pessoas simples... Fazem-me pensar em como seria bom que o amor também fosse simples... Como seria bom se, como diz o poeta, "um olhar bastasse... e não fosse preciso dizer nada..." Como seria bom que tudo fosse tão simples que eu pudesse pegar nas tuas mãos, ainda que sujas... molhadas... queimadas... rasgadas ou... deformadas e... dizer-te baixinho... "Sabes Cinderela... eu gosto de ti...*"
* Expressão retirada da música "Cinderela" do saudoso Carlos Paião.
* Expressão retirada da música "Cinderela" do saudoso Carlos Paião.
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