A noite há muito que caiu sobre a vila de Alcanena... É tempo de repouso para os Caminhantes da Senhora de Fátima, entregues, cada um deles, ao seu próprio universo de sonho e de esperança... É possível, em cada rosto adormecido, vislumbrar o esboço de um vago sorriso ou de uma emoção que floresce ao ritmo de um coração que palpita... Dir-se-ia que o esforço a que foram sujeitos durante o dia, nomeadamente da parte da tarde, os levou a um sono profundo... daquele tipo de sono que associa o cansaço estruturante à vontade de um momento introspetivo de auto-reflexão. O elã que se gerou no bater simultâneo de todos corações fez germinar no seu interior (de todos os corações em conjunto e no de cada Caminhante em particular) um sentimento... não novo... nem diferente... apenas mais intenso... mais vivo... mais genuíno... Um sentimento que combina o amor incondicional e desinteressado do Sermão da Montanha com o amor amável... o amor natural... da Iª Carta aos Coríntios... Um amor que renasce em cada coração como o desabrochar de uma flor... pétala a pétala... todo ele... aroma... todo ele beleza... todo ele simplicidade... O amor esperança... que espera... sempre... sem desesperar... Envolvida por este aroma que emana dos corações dos Seus Caminhantes, lá no alto, a Senhora de Fátima... sensibilizada... sorri...
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