quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Festas em Honra de Nossa Senhora da Saúde - Quinta-Feira

Na noite de 5ª feira decorreu, no Salão Multiusos da Junta de Freguesia de Sacavém, uma conferência subordinada ao tema "A Mensagem do Papa Francisco". O orador foi o sr. Padre Dr. Alexandre Palma, Perfeito no Seminário de Cristo Rei dos Olivais e colaborador do jornal Voz da Verdade, para onde contribui com inúmeros artigos.
Na sua intervenção o sr. padre começou por alertar para a dificuldade (pelas ainda escassas referências) e, simultaneamente, o risco (de formular juízos precipitados) de procurar linhas de força da mensagem de um pontificado ainda menino. Apesar dessa limitação, referiu o orador, já é possível encontrar alguns traços que caraterizam as linhas mestras do pensamento do Papa Francisco, com repercussões quer no âmbito do discurso, quer  ao nível da práxis (entendendo-a da forma mais abrangente, enquanto ação prática,  previamente pensada e com um sentido teleológico profundo. Não deixa de ser irónico, ainda que não original,  aplicar o velho conceito marxista-leninista de praxis, a este contexto).
Ao nível do discurso as palavras do Papa vão no sentido da necessidade de toda a estutura da Igreja se reaproximar  dos moldes que fundaram o Cristianismo Primitivo e à "autenticidade do espírito evangélico", itinerante e dinâmico, coerente com a "radicalidade apostólica do evangelho". Esta reaproximação implica a renúncia a modos de ser, de estar e de viver desfazados daquela radicalidade, prisioneiros que estão de um sedentarismo estéril e inerte, incapaz de responder adequadamente ás grandes questões civilizacionais que o mundo, a cada momento, nos vai colocando. 
Esta mudança que, antes de ser prática, é, essencialmente, de atitude, apoia-se em três vetores fundamentais: uma igreja sinodal (na medida em que o caminho é para ser trilhado por todos em conjunto, confessando a fé em Cristo), pobre (despojando-se não só das riquezas materiais, mas, também, de uma pretensa superioridade espiritual e cultural, para ir ao encontro das franjas da sociedade, a sua periferia, aqueles que  são, não de uma forma simbólica, mas concreta, a "carne sofredora de Cristo") e evangelizadora (não do alto dos  púlpitos para os seus crentes, mas nos pântanos do mundo, nas sombras da sociedade, nos guetos da cidade... de coração aberto... aos desprezados... aos abandonados... aos condenados...)
Ao nível da praxis a mensagem do Papa Francisco passa muito pelo toque, pela proximidade física, pelo contacto, especialmente com "mais frágeis", os mais fracos, os indefesos, ... Explora, desta forma, o  potencial simbólico do gesto, integrando-o na sua mensagem, para o exterior, mas, acima de tudo, para o interior da Igreja, convidando-a a sair de si para redescobrir que tem "(...) em Cristo o seu fundamento e nas periferias da fé e da sociedade a razão da sua atuação".
PS: Este artigo devia ter sido escrito com base nas notas que retirei ao longo da discurso do  sr. Padre Alexandre Palma. Acontece que... perdi  caderno onde tinha essas (e outras) notas pelo que tive que me socorrer dos textos fornecidos para a conferência. As citações quer diretas quer adaptadas estão entre aspas.
PS1: Fugi, propositadamente, ao conceito de "profecia", porque,  na altura, como agora, não o consegui integar no contexto... 









































































































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