sábado, 16 de junho de 2012

Procissão do Santíssimo Sacramento III

Normalmente, neste blog,  coloco apenas dois artigos por evento. No entanto, uma vez que a Procissão do Santíssimo Sacramento se desdobra  em vários momentos diferentes, com imagens muito ricas (na minha opinião) obriga-me a publicar (pelo menos) mais um.












































5 comentários:

  1. Sr José Carlos Brígida
    Costumo seguir os seus trabalhos que acho muito interessantes. Acho que há algum misticismo nas suas palavras. Por isso queria perguntar-lhe se uma das suas influências terá sido a freira Cournilon. Também gostava de saber se leu e qual a sua opinião sobre o último livro de José Rodrigues dos Santos, O Último Segredo.

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    1. Caro (a) visitante
      Não sei se há misticismo nas minhas palavras. Não é místico quem quer mas quem pode e não me reconheço com grande competência para ser místico.
      Relativamente à freira Juliana de Cournilion não recebi qualquer influência sua. Para ser sincero só tomei conhecimento da sua existência quando fiz a pesquisa sobre a afinidade entre o Corpo de Deus e Santíssimo Sacramento.
      Neste âmbito as influências que posso ter recebido remontam ao que o pensamento ocidental apelidou de "teologia negativa" com as suas origens, se bem me lembro, no Pseudo Dionísio e que percorre grande parte do neoplatonismo com Plotino, Clemente de Alexandria e Filon de Alexandria. A minha simpatia por esta corrente encontra um eco mais forte nos grandes místicos medievais, como Hildgard von Binden (Conhece os Caminhos do Senhor e outros textos mais específicos sobre as suas experiências), mas muito especialmente com Mestre Eckart com quem encontro uma profunda afinidade conceptual. Alguns dos Sermões de Mestre Eckart (nomeadamente aqueles em que procura detalhar o o conceito de "abissalidade abissal") são do melhor que se escreveu em todos os tempos sobre a possível conexão Homem-Deus. Infelizmente não existem obras em português, quer de von Binden quer de Eckart(que eu saiba). Eu, pessoalmente, tive que as ler em francês.
      Mais tarde, já na modernidade (século XVI) poderei ter recebido a influência de dois místicos carmelitas: São João da Cruz, com quem tenho uma relação complicada pois se aceito e entendo os seus textos/poemas, quanto ao conteúdo, não o consigo, quanto à forma. Poemas como "Canção da Alma com o Esposo" provocam-me algum desconforto, porque não me revejo neles. O mesmo já não acontece, por exemplo, com "Noche Escura". A outra mística desta época e que influencia, com certeza, todos aqueles que a leram é Santa Tereza de Ávila, cujos textos são inegavelmente um marco na história do misticismo de todos os tempos, pela intensidade com que afirma a sua experiência física de comunhão com o divino.
      Outras influências, mais próximas de nós, sem qualquer margem para dúvidas, o poeta-pensador Teixeira de Pascoaes e, bem na atualidade, o líder da União Budista, Paulo Borges, cuja fecundidade de pensamento apenas tem o senão de ser um pouco hermética.

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  2. Em relação à segunda questão li o livro e a minha opinião é a seguinte:
    É um livro profundamente amargo, até para o próprio autor (acredito eu). Não creio que ele se tenha sentido minimamente feliz quando o terminou. Qual é o beneficio de destruir o mundo tal como o conhecemos? Nenhum, parece-me.
    Quanto ao conteúdo, pode ser analisado sob dois prismas:

    Verdades científicas são inquestionáveis e, à luz do atual paradigma que configura a nova História como ciência, todas essas verdades são irrefutáveis, logo não serei eu a questioná-las. Então devemos aceitar passivamente as teses nele formuladas? Não, porque as verdades científicas que são apontadas não configuram um sistema ordenado e sustentado. São verdades meramente factuais, logo se em si mesmo não podem ser contestadas, mas pode ser contestada a sua interpretação. Um exemplo: durante toda a obra se afirma que Jesus era um "provinciano", desconhecido, filho de carpinteiro, vindo das profundezas da Galileia acompanhado por um conjunto de pessoas baixa condição social. Quase no final da obra, para tentar justificar uma outra verdade, JRS muda o discurso e passa a considerar que afinal Jesus era filho de um construtor, logo pertencia a uma família abastada. Estamos perante uma completa contradição nos termos. Existem outras falhas como esta, ao longo do texto que, não retirando validade ás verdades científicas, põem (e muito) em causa a interpretação dessas mesmas verdades. Um outro aspeto que me incomodou na leitura foi a total ausência de Judas. Escrever-se sobre a verdade de Jesus e ignorar a figura de judas não credibiliza essa escrita porque significa, do meu ponto de vista, que o autor não sabe como lidar com a relação entre ambos.
    Creio que a Igreja reagiu a esta obra como devia, ou seja, ignorando-a completamente. Tudo o que dissesse só iria levantar uma celeuma desnecessária.

    Os meus cumprimentos

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  3. Muito obrigado pelas respostas sr. Brígida

    Fernanda Romão

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  4. Não tem de quê Dª Fernanda. Sempre ás ordens.

    Com os melhores cumprimentos

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