Escrever a olhar para ti é, realmente, uma sensação absolutamente nova... Faz-me sentir na pele de um Goya a pintar Isabel, do escultor que deu forma à Vénus de Milo (com braços, naturalmente), ofuscado, mas simultaneamente iluminado, pela extraordinária beleza viva da sua modelo divina, ou de Vinicius de Morares olhando a mais amada das suas esposas, e escrevendo Ternura... ou Quando a madrugada entrou... És tão bonita... Cada traço do teu rosto irradia uma beleza que me embriaga... me envolve... me enleva... O teu olhar é tão profundo e, ao mesmo tempo, tão doce, que me arrasta para a infinitude dos abismos oceânicos onde, nas águas azuis-esverdeadas, recheadas de corais, algas multicolores e outros seres marinhos, nadamos de mãos dadas, explorando ignotos mistérios do sentimento, compondo melodiosas árias de ternura, rescrevendo o verbo amar em novos alfabetos... O teu sorriso tem um toque de magia que me encanta... me arrebata... me extasia... Num repente... As pessoas afastam-se... o mundo inteiro desaparece... e somos apenas tu e eu... voando nas asas de um condor... por sobre os verdes campos de cereais... os tórridos desertos afro-asiáticos, o Saara, o Gobi, o meu Kalahari natal... os píncaros gelados das cordilheiras, o K2, o Kilimanjaro, o Monte Branco e... olha, ali ao fundo... as Montanhas Selvagens, os mares turbulentos... as cidades e os povos... tu e eu... eu e tu... voando nas asas de um condor... partilhando segredos e afetos, da alma e do coração... És tão bonita...
2/9/12
2/9/12
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