O
momento de metanoia que acompanhou a experiência vivida numa das
últimas madrugadas, permite-me ter um olhar diferente sobre o mundo, as
suas variantes, as suas gentes, enfim... perceber como tudo se articula
em função de uma determinada finalidade. Foi uma experiência limite,
não tanto por ter gerado um grau de conhecimento alternativo, mas, acima
de tudo, por me ter permitido conhecer-te de uma forma tão profunda,
tão... total... Os teus sonhos... os teus temores... os teus desejos...
as tuas dores... as tuas dúvidas... Foi fascinante poder sentir-te sem
apelar aos órgãos dos sentidos... poder ver-te sem olhar... poder
escutar-te sem ouvir... poder tocar-te sem contacto... poder amar-te sem
barreiras... foi... isso mesmo... fascinante. No entanto eu não quero
possuir informação privilegiada sobre ti... Eu não quero viver numa
dupla dimensão do saber. Por fascinante que tenha sido, e foi, eu não
quero saber essa verdade. A verdade é aquilo que eu vejo e aquilo que tu,
eventualmente, me digas. A verdade és tu. Enquanto cá estiveres (mos)
quero apenas saber do teu ser mundano... simples... linda... mágica...
deslumbrante... Por essa razão, todo o saber que adquiri nesta
experiência vou ter que o encerrar, para sempre, nos espaços longínquos e proibidos
da memória. Vou assumir, na primeira pessoa, uma passagem de Carlos
Castaneda, em Uma Estranha Realidade: "É possível insistir,
insistir realmente, mesmo sabendo que o que se está a fazer é inútil;
mas primeiro temos que saber que os nossos atos são inúteis e, no
entanto, temos que proceder como se não o soubéssemos. É esta a loucura
controlada de um feiticeiro."
18/7/12
PS: Este conto remete para experiência revelada em "Tu... absolutamente... Tu..."
18/7/12
PS: Este conto remete para experiência revelada em "Tu... absolutamente... Tu..."
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