terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Porque é Noite de Natal... (acompanhado de imagens do concurso de Presépios e Árvores de Natal do Instituto Pupilos do Exército)

Para esta noite  tinha escrito um pequeno conto de Natal... Nada de muito especial... Uma recôndita aldeia serrana... uma noite muito fria... um curto diálogo entre uma menina com uns lindos olhos cor de cereja-do-sul e um menino maltrapilho, sem eira nem beira, que passava na rua... Entretanto, nestes últimos dias, e quase por acaso, assisti a uma eucaristia cuja homilia me levou a reconsiderar o artigo desta noite... Nessa eucaristia tinha pensado retirar-me logo após a primeira leitura... mas... na altura... achei que seria profundamente indelicado se o fizesse... e fiquei... Ainda bem que o fiz pois tive a oportunidade de assistir à excelente homilia do sr. Padre Paulo sobre um tema que normalmente não é muito lembrado nesta época: o papel de São José no projeto Salvífico engendrado por Deus para os homens, através da Encarnação do Seu Filho. 
É habitual relevarmos o Nascimento do Menino, o papel de Maria, os Reis Magos, Herodes, enfim... todo o conjunto de personagens/personalidades envolvidas no Nascimento do Senhor, relegando São José para um plano perfeitamente secundário, quase como uma personagem menor,  um mero figurante, cuja presença é  apenas tolerada pela necessidade da existência de uma figura paterna no cenário. O Senhor Padre Paulo veio recordar-nos de que o projeto Salvífico de Deus necessita, permanentemente, da colaboração do homem, sem a qual jamais se chegará a concretizar (nesta questão Santo Agostinho dá uma ajuda preciosa com a outorga definitiva do livre arbítrio ao homem). O primeiro homem de quem dependeu o sucesso do projeto foi, exatamente, São José, que, ao aceitar a futura Mãe de Deus, de esperanças, como sua companheira, demonstrou, por um lado, a sua Fé e a sua Crença no Senhor e na sua Palavra e, por outro, o seu Amor a Maria.  Teve, pois,  um papel fundamental em todo o processo permitindo que estivessem criadas as condições para o desenvolvimento do projeto divino. 
A decisão/atitude de São José, tomada há mais de 2000 anos, é, também, uma questão dos nossos dias. Quantos de nós colocados perante  o dilema salvífico teríamos tomado a decisão de São José? Hoje em dia, conhecendo todo o enquadramento, é fácil respondermos afirmativamente à questão. No entanto... Vamos transpor o dilema para os dias de hoje... Quantos de nós...  se a pessoa amada (esposa/companheira/namorada/etc)... um dia nos surpreendesse com uma gravidez difícil de explicar... Quantas de vós...  se a pessoa amada (esposo/companheiro/namorado/etc) vos surpreendesse embalando um pimpolho nos braços... elas e eles proferindo a expressão  clássica:
- Isto não é o que estás a pensar...
Recebendo, também a clássica resposta:
- Não estou a pensar em nada... mas vais explicar-me ... com certeza...
Quantos de nós e de vós conseguiríamos dar uma resposta em consonância com o projeto Salvífico de Deus, no âmbito do amor ao próximo, ou seja, percebendo, perdoando, aceitando, amando...? 
(De repente... um silêncio sepulcral se fez à face da Terra...) 
Calma... Esta não é uma questão para ser respondida... É para ser apenas interiorizada... pensada... trabalhada no interior do coração de cada um... Até porque este é um dilema que apenas "em situação" se pode ter a certeza da resposta a dar...  Pela parte que me toca, estando ou não "em situação"... passado o choque inicial (que até São José sofreu... pois, antes da aparição do anjo do Senhor tinha repudiado interiormente Maria) creio que o meu  amor por "Maria" é suficientemente forte para receber o rebento... ou qualquer outro familiar... próximo... ou afastado...
Subsiste, no entanto, uma dúvida existencial, sobre a possível resposta de Maria. E se "Maria" responde:
"- Tenho que ir embora... o meu marido está à minha espera..."

PS: Este texto foi escrito um pouco sobre o joelho pelo que não disponho de imagens que o ilustrem. Uma vez que estamos em época natalícia é sobre Natal que escrevo, vou ilustrá-lo com imagens do concurso de presépios e árvores de Natal dos alunos do Instituto Pupilos do Exército. Espero que ninguém leve a mal...

































































































































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