Não
sei se olhaste esta noite para o céu... Se o tivesses feito (eu olho
sempre para o céu noturno... para saber onde está a lua... cumprimentá-la... dar-lhe uma palavrinha...) poderias ter
observado que o quarto-crescente está em meia lua (quase) perfeita... É
uma imagem bonita... Por si só não tem nenhum significado especial...
creio eu... Ou tem... e a minha limitada capacidade cognitiva não consegue a ele aceder... O significado especial está na própria lua... nas
estrelas... no firmamento negro... grávido de mil hipóteses de
manifestação... Creio que a evolução da sociedade, da tecnologia... da
própria mentalidade... o progresso por que tanto nos batemos... tudo
isso... fez-nos esquecer a Natureza... as suas diferentes expressões...
os seus elementos... e... deixámos de a saber ler... de a saber
interpretar... de comungar com ela os grandes segredos do Cosmos... da
Criação... de decifrar o Livro da Vida... escrito por Deus, ao longo da
linha das estrelas, no primeiro ante momento de tempo... O que ganhámos
em conhecimento técnico e científico... perdemos em simplicidade... em
ingenuidade... naquela capacidade, quase infantil, de nos espantarmos
com o que nos rodeia... e... nesse espanto... estabelecermos um processo
de interação ativa com as coisas... as pessoas... o mundo... o universo...
Deus... Felizmente ainda me restam uns laivos dessa simplicidade
primitiva... que me permitem olhar para ti... e descobrir... a cada momento... a tua beleza
despretensiosa... singela... não porque te esforces por ser bela... mas
porque o és... Permitem-me descobrir... em cada pedacinho de ti... em cada expressão... em cada
olhar... em cada gesto... em cada fala... uma
beleza que comunga dos mesmos carateres com que a mão de Deus traçou, em
tinta indelével, o conceito de Belo... És tão bonita...
21/12/2012
21/12/2012
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