Numa altura em que o país se encontra em plena pré-campanha eleitoral, considero que é uma missão cívica dar espaço, neste blog, àqueles que, normalmente, poucas hipóteses têm de se poderem ouvir. Decidi-me, pois, a acompanhar alguns momentos das campanhas e pré-campanhas eleitorais, dos partidos e movimentos sem assento parlamentar. Não sei se todos eles aderirão a este projecto, mas pelo menos tentá-lo-ei.
As fotos são, naturalmente, minhas. Os textos também são meus e sintetizam o conjunto de propostas que, do meu ponto de vista, representam as linhas de força que cada um desses partidos ou movimentos apresentam. Procurarei, fundamentalmente, salientar aquilo que de inovador poderá emergir dos seus programas.
O primeiro partido que acompanhei foi o PAN, Partido dos Amigos dos Animais. O arranque da campanha deu-se no Largo Camões, onde muitos militantes e apoiantes do partido se juntaram. Este evento teve um momento original, integrado no espírito que subjaz à proposta política, econnómica e social do PAN. Os presentes foram convidados a colocar, dentro de um vaso, um papel onde indicavam, aquilo que desejavam que desaparecesse do mundo. Em seguida esses papeis foram queimados e, sobre as suas cinzas, colocada terra fértil. Nesta, cada um dos presentes depositou sementes, representativas dos princípios e ideais que permitirão a emergência de um novo mundo. No fundo, este momento, eivado de uma simbologia profunda, sintetiza toda a proposta do PAN.
Conforme nos referiu Paulo Borges, este partido apresenta, como referência actual, a necessidade de restruturação de todo o sistema económico e social, no âmbito de uma perspectiva holística que permitirá refundar a sociedade em novas base muito mais justas e muito mais equitativas. Assim, só se o país se tornar autosuficiente em termos energéticos e alimentares, e com isso revertermos os índices negativos da nossa balança de pagamentos, fará sentido falarmos de reestruturação ou pagamento da dívida.
As medidas que permitirão garantir aquela autosuficiência passam por uma nova forma de relacionamento com três grandes domínios, articulados entre si: civilizacional, animal e ambiental. Relativamente ao primeiro, a aposta é no sentido do apoio mais consistente e mais integrado à população senior, um sistema educativo que contemple as minorias étnicas, a regeneração da classe política e, na vertente económica, a taxação de bancos e seguradoras ao mesmo nível que as restante empresas e um limite para vencimentos e reformas dos gestores públicos.
Relativamente ao domínio animal, a proposta vai no sentido de uma profunda reformulação dos direitos dos animais, com os quais temos que estabelecer novas formas de relacionamento, muito para além já esgotada articulação exclusiva em termos de cadeia alimentar. Isso obriga ao necessário reconhecimento do seu direito à dignidade e à vida. Esta proposta passa pelo incremento de uma agricultura biológica, como uma nova e saudável forma de revitalizarmos o solo e todas as suas potencialidades, com todas a vantagens que daí advirão, nomeadamente a redescoberta de diferentes formas de alimentação.
Célia Feijão, cabeça de lista por Setúbal, acrescentou que, no domínio ambiental, a proposta vai no sentido do desenvolvimento das energias renováveis, contribuindo, por um lado, para a dimunição do desemprego, graças aos postos de trabalho criados, a partir desse desenvolvimento, e, por outro, a redução da dependência externa em termos energéticos, com o que de positivo isso traz para a economia e para a balança de pagamentos.
O discurso de fundo esteve a cargo do presidente do partido e cabeça de lista por Lisboa, Paulo Borges, escritor, professor universário e o lider espiritual budista em Portugal. Outras personalidades bem conhecidas da nossa praça estiveram presentes para demonstar publicamente o seu apoio. Entre elas, e para além das que estão nas fotos que se seguem, poderei salientar, a escritora Manuela Gonzaga. e o Dr. José Manuel Anacleto, presidente do Centro Lusitano de Unificação Cultural.
No final desta cerimónia militantes e apoiantes do PAN foram jantar ao restaurante macrobiótico A Colmeia, após o qual se seguiu uma movimentada e bem sucedida arruada pelo Bairro Alto.
Uma pequena legenda para as imagens de cima para baixo: as quatro primeiras fotos reportam-se ao inédito momento simbólico de deitar para o lixo tudo que pretendemos que desapareça do mundo, a sua queima e posterior cobertura com terra fértil, e a colocação de sementes que façam germinar um novo mundo; Célia Feijão, cabeça de lista por Setúbal e o projecto LoveTrees que não quiz deixar de dar o seu apoio; Paulo Borges falando para a RTP, Antena 1 e, naturalmente, para o blog; Paula Perez, segunda cabeça de lista por Lisboa; Rui Faria, cabeça de lista por Portalegre; quatro apoiantes do PAN, Vitor Rua, músico, fundador dos GNR; Drª Maria do Céu Sampaio, presidente da Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais; Luís Filipe Borges, apresentador do programa Cinco para a Meia Noite, e Nuno Calado, radialista.
Sem comentários:
Enviar um comentário