O quarto dia da Peregrinação a Fátima iniciou-se cedinho, com um suave restolhar, feito de murmúrios estremunhados, sinais de sonolência e movimentos apressados, que indicavam estarmos entre as 3:30 e as 4:00 horas da manhã deste novo dia.
A madrugada estava fresquinha, mais fresquinha do que as anteriores, o que não admirava face ao nosso progressivo movimento para norte e à proximidade da Serra D'Aire de onde distávamos poucos quilómetros.
A primeira oração pública do dia antecedeu a partida simbólica até à pasteleria onde tomámos o pequeno almoço e, depois deste, a partida real, rumo a Fátima. Foi o último dia de caminhada que nos levaria até ao Santuário Mariano, através de um percurso que, nomeadamente nesta primeira parte da manhã, não era fácil.
Após alguns quilómetros mais ou menos planos, logo à saída de Alcanena, a subida da Serra até Moita Vendas, e desta a Casais Robustos, não sendo muito extensa, tem um grau de inclinação apreciável, pelo que cada Caminhante tem que exigir de si mesmo um esforço suplementar para ultrapassar a subida, o que todos conseguem, com maior ou menor dificuldade. E, naturalmente, toda as loas devem ser dirigidos a quem, indo ao fundo de si mesmo buscar as últimas reservas de energia... a quem... como diz o poeta "(...) no seu corpo já afogado em crepúsculo/Só existe a vontade a comandar avante"... a quem... conseguiu ultrapassar todas as dificuldades e com um sorriso nos lábios... acompanhar o resto do grupo...
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