sábado, 21 de junho de 2014

Peregrinação a Fátima 2014 - Primeiro dia - VI

Almoçámos em Castanheira do Ribatejo, como habitualmente, no Restaurante Coimbra, cujas iguarias, ano após ano, nos reconfortam o estômago. Este ano o prato do dia era Cozido à Portuguesa, com um ótimo aspeto, diga-se. Acontece que Cozido não é, de facto, um dos meus pratos favoritos. Após consulta da ementa optei pelo Frango à Maricas, não sem antes ter questionado: "Até tu frango?" 
A seguir ao almoço há sempre tempo para um breve descanso no jardim  em frente ao restaurante. Relaxam-se os músculos, descansa-se o corpo, sossega-se a mente.


A tarde deste primeiro dia leva-nos a percorrer algumas estradas nacionais estreitas e intermináveis que, de certa forma, nos fecham o horizonte próximo e nos convidam a um recolhimento intimista, através da oração, da meditação ou até do diálogo interior. 
- Esta tarde custa-te a passar...
- Sim... Normalmente é a tarde mais difícil... É demasiado monocórdica... É tudo muito igual... As estradas... os campos... as cores... as sensações... as distâncias...
- Porque não tentas encontrar o que é diferente no seio dessa mesmidade e, em, seguida fazes o exercício contrário... o que há de diverso no seio da unidade que enforma cada ser ou entidade deste mundo... Vais ver que quando terminares...
- ... Já estaremos em Vila Nova da Raínha...
- Exatamente...
- Não me parece que seja um exercício que me apeteça fazer agora...
- Então que te apetece...?
- Não me apetece nada... apenas andar e chegar ao fim do dia na melhor condição possível...
- Não consegues limitar-te a andar... O que é que se passa? Estás zangado comigo?
- Não... apenas não quero pensar em nada... 
- Nem em ninguém...?
- Nem em ninguém...
- Ficas muito mais simpático quando a tua mente devaneia em torno daquelas rábulas idiotas...
- Achas que sim...?
- Acho... aliás... não devo ser só eu... 
- Pois...
- Não ouviste o que eu disse? Não devo ser só eu que te acho um chato quando estás amuado...
- Eu não estou amuado...
- Pois não... nem se nota logo...
- Porque é que havia de estar amuado?
- Tenho um palpite sobre a razão desse amuo...
- Não estou interessado nos Teus palpites...
- Mesmo que eu esteja em parte incerta...? 
- Ah ah ah... Gosto do Teu sentido de humor... Não foi isso que quis dizer... como sabes.
- Mas foi o que escreveste...
- Eu pedi-Te ajuda...
- E eu ajudei-te... Queres que te recorde? "Age segundo a tua consciência..."
-  Não quero pensar sobre esse assunto agora...
- Já reparaste que nos últimos tempos só tens assuntos sobre os quais "não queres pensar"...?
- Já reparei foi que chegámos a Vila Nova da Raínha...

Vila Nova da Raínha, o berço da aviação portuguesa, onde em 1915 foi criado o primeiro centro de formação de aviadores, é local de paragem obrigatório após o longo percurso que nos trouxe desde Castanheira. Terminou a primeira série de longas retas... Ainda encontraremos mais algumas até à Azambuja... Por agora é tempo de descansar as pernas...
PS: Embora o texto se tenha adiantado e já vá em Vila Nova da Raínha, as fotos ainda se reportam ao percurso entre Vila Franca e Castanheira do Ribatejo










 


































































































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