Decorreu, no passado dia 15 de Setembro, a Ganesh Visarjan. Este cerimonial, liderado pelo Sacerdote do Templo de Radha Krishna, Niteshkumar Trivedi, tem
o seu início no Templo e é concluído no rio Tejo, para onde a estátua do Deus Ganesh é
levada a fim de ser imersa. Este ritual simboliza, por um lado, a longa viagem de Ganesh até atingir o monte Kailash, morada de
seus pais Shiva e Parvati, levando consigo os infortúnios dos seus
devotos.
Por outro lado, e de um ponto de vista mais profundo, esta imersão da estátua de Ganesh, e a sua consequente desintegração, estabelece uma relação metafórica entre a precaridade da nossa condição humana, e de tudo o que é físico em geral, e a permanência eterna do Espírito, que, no Hinduismo, é simbolizada por Brahman, o Príncipio Divino, não individualizado, neutro e, por tudo isso, não predicável (se recuarmos à raiz grega das palavras, entendendo o conceito de uma forma mais livre, poderíamos caraterizá-lo como "não-apofântico", ou seja, a quem não podem ser atribuídos valores de verdade, pois não é verdadeiro, nem falso) que emerge da passagem do Imanifestado à Manifestação.
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