Celebrou-se,
no passado dia 2 de Outubro, o aniversário da Catedral de São Martinho
de Dume. A cerimónia, liderada por D. Theodoro, Bispo Ortodoxo de Évora e
Setúbal, contou com a presença de muitos fieis que participaram ativamente nesta cerimónia eucarística. A Catedral deve o seu nome a um dos principais responsáveis pela cristianização da Península Ibérica e pelo desenvolvimento da vida monástica: São Martinho de Dume (520-579).
Natural
da antiga província romana da Panónia (atual Hungria), São Martinho de
Dume, chegou à região nordeste da Península Ibérica (que, à
época, englobava a região norte de Portugal, as Astúrias, a Galiza e
Leão e se denominava Galécia), após os seus aprofundados estudos no Oriente, onde a sua ação
evangelizadora levou à conversão ao Cristianismo do povo Suevo e do seu
rei Teodimiro.
Com
a sua ação inovadora transmitiu, quer à corte, que ao povo, os valores
da nova civilização cristã cuja prática apontava para a necessidade de
uma justiça igual para todos (como deriva da lei natural), e da
humildade individual que, associada ao recolhimento e à purificação
interior, permite
uma contínua progressão espiritual que nos leva a superar a dimensão
superficial da vida e a penetrarmos/interiorizarmos no/o seu sentido
profundo.
Estes princípios, reveladores do perfil espiritual e religioso de São Martinho, estão na base da cultura ascética e monacal, inspirada na vida e obra dos Padres do Deserto, e o levaram a fundar
o Mosteiro de Dume, que pela importância dos seus estudos, deu origem à
diocese com o mesmo nome da qual foi o primeiro Bispo. Em 569 acumulou
estas funções com as de Bispo da diocese de Braga, funções essas que manteve até à sua morte em 579.
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