Hoje vou partilhar algo contigo. Estes textos têm provocado alguma celeuma. Desde logo acordaram os caçadores, furtivos e não furtivos, que, assim que lhes cheirou a lobo (especialmente com costela de lorso), dispararam em todas as direções. Foi uma saraivada de chumbo, da floresta à montanha, que quase me fez lembrar a célebre história do gorila... ou seria um orangotango?... e do caçador. Estes caçadores, alguns experimentados, outros nem tanto, ignoram um pequeno detalhe: eu estou protegido pelo vento leste que sopra a partir das Montanhas Selvagens. Aqui entre nós, que ninguém nos ouve, eles são um poucochinho nabos. Para me acertarem basta estarem atentos àquelas noites em que subo ao alto de um penedo. Aí, perfeitamente iluminado pelo luar e recortado no horizonte negro e prateado, sou um alvo fácil. Basta terem-me em linha de mira e... BUM ... era uma vez um lobo solitário que uivava à lua as venturas e desventuras que a sua lindíssima bâmbi lhe proporcionava. A subida a essas escarpas, agrestes e inóspitas, não é nada de especial... especialmente para caçadores experimentados... apenas se têm que cruzar com alguns ursos... pequenos linces... um ou outro abutre esfomeado... não, não... não há gorilas nas montanhas... ha ha ha... sem ofensa, claro.... Também irão encontrar a tua imagem talhada em inúmeras rochas ao longo das subidas. Esculpo-as nos momentos em que sinto mais saudades tuas. Utilizo um cinzel de afeto e um martelo de ternura. Para alisar as arestas, uma dose qb de doçura. Termino a escultura polvilhando-a de carinho. Quando tenho essa possibilidade, pinto o teu nome, em torno da imagem, com uma combinação raríssima de tinta invisível que vou recolher no fundo do meu coração...
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