Contos da madrugada tardia ... É tão bom ver-te... És tão bonita...

Ver-te... olhar para ti... é, de facto, uma experiência fabulosa... Ver-te... olhar para ti de forma continuada, como agora... é qualquer coisa de sublime... A tua presença confere a tudo o que está ao redor um certo toque... uma certa aura... de magia... um suave aroma a rosas invade o ambiente... o que era banal ganha uma vida nova... tudo... absolutamente tudo, se revitaliza prestando homenagem à tua beleza, tão rara e, simultaneamente, tão singela. És tão bonita... O teu olhar... a paz e a serenidade que dele emanam, os teus gestos... tão graciosos, as tuas expressões ... mais ou menos alegres... mas sempre cândidas, as emoções... que prepassam pelo teu rosto lindo, o teu sorriso... deslumbrante... Tudo em ti me encanta... me deslumbra... me fascina... És a flor mais linda de todo este jardim... a jóia mais mais preciosa que esta mina (Mina) alguma vez viu reluzir...

O meu coração bate desordenadamente... Quer saltar do peito.... Salta mesmo... Disfarço... Finjo que vou fazer qualquer outra coisa... e vou no seu encalço... Uff... Apanho-o quando está mesmo à tua beira... Agarro-o mesmo a tempo de evitar um escândalo... Não te sei dizer exatamente quais eram as suas intenções... mas devia querer fazer-te uma qualquer declaração mais... sentida. Não se pode confiar muito nestes corações... À mínima distração vão logo tentar fundir-se com a sua alma gémea... Pensando bem e já que estou aqui... se não estivesse  tanta gente à volta... ajoelhava-me agora  à tua frente implorando que vertesses um pouco da tua ternura sobre este pobre de Cristo, sequioso e ávido de tão raro e precioso  néctar... Seria, de facto, um momento de felicidade absoluta... Ficavas muito atrapalhada se eu fizesse isso...? Olhavas para mim como se eu fosse um demente a necessitar de uma camisa de forças...? Ignoravas-me e deixavas-me ajoelhado em frente a uma cadeira vazia...?  Dizias que não e... sugerias que desse quatro voltas à tua cadeira em rastejar ventral...? Sorrias e convidavas-me a levantar...? 
16/9/2012