A noite... Gosto particularmente da noite... Não da "night", não do ritmo desenfreado de corpos suados, emparelhados ou não, numa pista de dança, ou em outras pistas, antes, durante ou depois de alguns shots. Não... não é dessa noite que eu gosto...eventualmente já terei gostado... não com shots, ainda não era o seu tempo, mas de outra gama de produtos... enfim... há umas décadas atrás...a noite... gosto da noite... da forma sorrateira como se insinua, se desdobra e abruptamente cai sobre montes, vales, desertos e povoados...a noite... Gosto da noite, no que ela tem de misterioso, de imponderável, de surpreendente... Gosto da noite, das múltiplas potencialidades que germinam no seu fecundo útero... Gosto da noite e do que ela tem de familiar e próximo com a Noite dos Tempos, com a noite primordial, com a noite anterior ao Fiat, aquela noite que, como diz o poeta "Deus fez e Deus temeu". Gosto da noite em que o possível e o impossível se cruzam, em que o potencial se torna real, e em que qualquer ponto de luz, que corte o breu no horizonte, se pode transformar em tudo aquilo que preenche um desejo profundo. Gosto da noite...
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