Decorreu, no no passado dia 4 de Abril, na Catedral de São Martinho de Dume, a Procissão da Santa Cruz. Esta cerimónia, liderada por D. Theodoro, Arcebispo Ortodoxo de Évora e Setúbal, visa homenagear o madeiro em que o Filho de Deus foi crucificado, considerado-o como um instrumento de Redenção, símbolo vivificante sob o qual, também, se constrói a mensagem cristã. Segundo as palavras de São João Crisóstomo, um dos padres da Patrística, a Santa Cruz tem duas faces, a face da morte e a face da Ressurreição. Nesse sentido, quando olhamos para a face de Cristo crucificado na Cruz, vemos a luz da Ressurreição e, com ela, a alegria da vida eterna.
Segundo um documento antigo, reproduzindo o discurso de um monge anónimo, a Imperatriz Santa Helena, mãe do Imperador Constantino, teve visão celestial em que lhe era ordenado ir a Jerusalém descobrir os Lugares Santos. Com o auxílio de Macário, Bispo de Jerusalém, descobriu o sepulcro de Cristo e, próximo daquele local, três cruzes. Procurando perceber qual delas tinha sido a Cruz, foram as três aplicadas sobre o cadáver de um homem. Ao contacto com aquela em que Jesus tinha padecido o homem ressuscitou. Ficou-se, então, a saber qual tinha sido a Cruz Vivificante de Jesus. Com ela Macários abençoou a enorme multidão presente, que, em uníssono, clamou "Kyrie eléison", expressão que veio a ser adotada por todas as liturgias cristãs "Senhor, tem piedade de nós!" Desde então a exaltação da Cruz está sempre presente no contexto da Paixão de Cristo.
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