Neste sentido quero, publicamente, agradecer ao Sr. Padre Paulo, pela autorização concedida, à Comissão de Festas, na pessoa do seu presidente Sr. João Antunes, pela disponibilidade demonstrada e a todos os crentes, sem qualquer exceção, que, de uma forma ou de outra, para esse trabalho contribuíram... e... na minha opinião... todos contribuíram, quer aturando a minha movimentação, por vezes incómoda, quer com a sua presença ativa nas diversas cerimónias...
As cerimónias em honra de Nossa Senhora da Saúde, em Sacavém, são, a par da Peregrinação a Fátima, pela sua simbologia própria e pela duração no tempo, um dos grandes momentos espirituais em que anualmente me integro e onde procuro... de alguma forma... relevar a minha veneração pessoal a Nossa Senhora, intermediária de eleição de uma... conturbada e turbulenta relação com Deus... Este ano uma maleita acometeu-me, de um modo inesperado, evoluiu de forma galopante e colocou em risco a minha presença no evento... Recusei ser internado... recusei a clássica baixa médica ao domicílio... porque sabia que qualquer dessas opções me impediriam de fotografar as cerimónias... No entanto... sem energia... sem força... sem vontade... sem paciência... com febre alta 24 sobre 24 horas... sem condições físicas para levar a cabo qualquer tipo de empreendimento... faltei a diversas cerimónias de outras entidades e... foi... com um enorme desapontamento... que reconheci e confessei a Nossa Senhora, a minha total incapacidade para fotografar as festas em Sua honra... Mas... um sentimento poderoso... irreprimível... arrebatador... um sentimento infinito... que radica para além do bem e do mal... do certo e do errado... da saúde e da doença... brotou das profundezas do meu coração e trouxe com ele a energia suficiente para conseguir, ainda que no limite das forças, arrancar-me à inércia em que a doença me envolvia... e estar presente todos os dias, em todas as cerimónias... Houve dois momentos particularmente complicados... A primeira noite... ainda na fase crítica da doença quando a febre não me dava tréguas... os olhos fechavam-se momento a momento e... cada movimento me levava à exaustão... e a tarde de Domingo... durante a Procissão... em que estoirei fisicamente após a primeira corrida... Os pulmões não recebiam o oxigénio de que necessitavam... e os músculos recusavam-se a colaborar no movimento das pernas... Quer num dia... quer no outro... quer em qualquer um dos momentos em que me senti vacilar... um rosto lindo... um olhar profundo... eram suficientes para me sentir revigorar... e ter a certeza absoluta... de que iria conseguir levar este trabalho a bom porto... Se devo... sem dúvida... a Nossa Senhora da Saúde...a recuperação da minha condição física... foi por esse rosto e por esse olhar... foi... por si... e só por si... que, este ano, consegui realizar este trabalho... O meu agradecimento... do fundo do coração...
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