Na sua homilia o Rev Pe. José Carlos Nunes, Superior Regional dos Paulistas em Portugal, começou por referir o caráter fecundo da noite, sob a qual se deu a fuga de Jesus para a Palestina, comparando o seu horizonte pluripotencial à novidade permanente que resulta da nossa interação com Deus. Essa novidade visa atrair-nos para um caminho de santidade e está subjacente às palavras de Deus no Evangelho de João "Vou renovar todas as coisas". É neste sentido, e em linha com essa renovação, que nos diz o Apóstolo "Vi um novo céu e uma nova terra". Estas palavras revelam a compreensão da mensagem da Ressurreição e permitem que, através delas, nasça e se desenvolva em nós a dimensão genesíaca do sonho que nos guia no caminho de e para Deus.
Na sua intenção salvífica Deus escolheu Maria como seu instrumento primordial porque Ela nada mais tinha do que o sonho de cumprir a vontade do Senhor. A Anunciação do anjo é a palavra inaudita que realiza o sonho de Maria, abrindo, simultaneamente, ao mundo, a Graça de Deus consumada numa perspetiva de Misericórdia que a todos quer preencher.
A possibilidade de cumprirmos a vontade de Deus, que Maria nos abriu, é o segredo que com Ela partilhamos. Se acreditarmos que a nossa vontade e que os nossos actos, associados a essa vontade, coincidem com a vontade de Deus, e que estamos disponíveis para ver e aceitar a renovação que Ele promove em nós, temos que olhar para Maria como o modelo em que nos vemos e revemos a todo o momento. É nesse sentido que o Mistério da Mediação de Maria está sempre presente para que a Sua Graça não seja estéril em nós, mas que seja aceite e irradie à nossa volta, mediada por uma Mãe que nos leva ao Filho e Este ao Pai.
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